Economia vai precisar de crédito barato.
Inicialmente, e de forma muito honesta, não há números estatísticos para uma previsibilidade do que pode ocorrer de forma muito assertiva. Mesmo porque os levantamentos de estudos de ocupação de condomínios logísticos ainda não apontam eventuais reflexos da pandemia global. Os números do primeiro trimestre são ótimos, fechados em março são de elevada ocupação.
Portanto, ainda é cedo para que possamos afirmar claramente, o que pode acontecer.
Dito isso, a partir de maio, teremos uma melhor perspectiva sobre os números de ocupação e sobretudo, o que estes indicam, pois os proprietários já terão ciência, quem são aqueles que podem desocupar suas unidades e com base nestas informações, saberemos com maior precisão os setores mais afetados.
Entretanto, é possível traçar cenários. Certamente, dependerá da confiança do consumidor e de crédito barato, aliás bastante crédito.
Fundamentalmente, haverá diminuição da renda média no Brasil, o setor privado foi duramente afetado, sejam pelas demissões, cortes de salários e fechamentos de pequenas empresas. Claramente, isso vai se refletir no consumo das famílias, parte perdeu renda, outra precavida com cenários pessimistas e alarmistas da imprensa brasileira de um modo geral.
Portanto, crédito barato será um fator preponderante para este equilíbrio.
Será preciso, também, que o Governo lance um projeto ambicioso de obras de infra estrutura para absorver boa parte destes que perderam suas ocupações. A questão é que, os recursos são limitados, e some-se a isso tudo, a queda de arrecadação.
Comércio eletrônico pode ser ponto de equilíbrio
Primeiro, é preciso lembrar que vivemos uma crise que teve seu auge em 2015/2016 , enquanto o mundo crescia, o Brasil descia ladeira abaixo e nos últimos três anos crescemos lentamente, conforme o gráfico abaixo:
Alguns setores cresceram acima do PIB em 2019, como Agro Negócio, construção civil, Pets e imobiliário. No geral, pequenos crescimentos. A previsão para 2020 era de 2,4%.
Comércio Eletrônico
A previsão de faturamento do setor em 2020 seria de R$ 74 bilhões contra R$ 61.9 bilhões do ano anterior. Basta comparar as vendas do comércio eletrônico ao PIB brasileiro, tivemos um crescimento exponencial. Fora da curva da economia brasileira.
Comportamento do setor durante a pandemia
O fechamento de boa parte do varejo tradicional, e as restrições de mobilidade, obrigaram muitos consumidores a optarem por sua primeira compra online. Isso pode ser impactante, inclusive, ser uma mudança nos hábitos de consumo, uma vês que este consumidor que fez sua primeira experiencia eletrônica, pode voltar a comprar online.
Por outro lado, o isolamento social, fez com que alguns setores crescerem aceleradamente.
De acordo com o levantamento realizado pela Konduto, alguns setores se destacam:
Brinquedos + 643% – Supermercados +448,09% – Artigos Esportivos +187% – Farmácia +74% – Entregas +55%. Período apurado de pedidos entre os dias 15 e 24 de março.
Destacam-se ainda, os setores de: Pets (rações, por exemplo); higiene, farmácias e drogarias e produtos hospitalares, do álcool em gel, bem como respiradores, ventiladores etc.
Por outro lado, as maiores desacelerações ocorreram nos segmentos de Móveis, Eletro e Departamento e Materiais para Construção.
Exercício de futurologia sobre os impactos no mercado de locação de Condomínios Logísticos pós covid
Toda crise trás seus ensinamentos, e um deles que aqui destacamos, é a necessidade fundamental de boa parte da cadeia do varejo estar no mercado online. Esta necessidade pode absorver ou demandar galpões modulares menores, próximos dos grandes centros.
Last Mile. A ultima milha, que já era importante, será ainda mais relevante.
É provável que a modulação diminua, as empresas tendem a ser adaptar a recursos mais limitados e por consequência, deverá haver migração de maiores espaços para áreas mais compactas.
Provavelmente deve haver um aumento de BIDS logísticos, as empresas vão buscar reduzir custos operacionais.
Ainda nesta linha, poderá ocorrer a locação direta do cliente final, até por questões de ganho de negociação e tributação, e a posterior escolha de operador logístico. Este fato deveria ser relevante para o cliente final, tanto quanto para investidores/locadores em explorar melhor esta tese.
Outro ponto, polemico, é um possível aumento da violência urbana, o que pode demandar, a locação de galpões em condomínios.
Por outro lado, aquelas empresas que já vinham com dificuldade operacional, poderão ter seus problemas agravados, com isso gerando desocupações e inadimplência.
Finalmente, acredito que os preços se mantenham estáveis, com pouco viés de queda. Provavelmente, proprietários farão de tudo para manter os bons ocupantes e acredito sim, que possa haver descontos nos valores contratados para alguns setores.
Se ocorrer queda de preços, estes serão em mercados onde há grande oferta de galpões para locação.
Finalizo, com absoluta confiança, e na certeza do crescimento de investimentos e de locações em condomínios logísticos pós covid, e em um conselho aos futuros ocupantes, este pode ser um bom momento para negociar um novo CD para sua operação.